Muitas são as reclamações que ouvimos de alguns pais sobre a falta de responsabilidade de seus filhos em relação às atividades propostas pela escola, até mesmo na organização das coisas pessoais, “perdendo-as” constantemente. Por que será que isso acontece com tanta frequência?
Jovens só se tornam autônomos e responsáveis se forem estimulados desde pequenos a terem compromissos, a desempenharem tarefas relevantes, inicialmente, no grupo familiar. A independência é fator indispensável, pois o ser humano nasceu para ser útil, veio com uma finalidade grandiosa, a de colaborar com a harmonia universal. E a harmonia se faz quando todos se envolvem em prol do bem estar comum.
As lições de autonomia e independência devem ter seu início nos primeiros anos de vida. Permitir que a criança se movimente livremente é a primeira grande lição, pois ela vai poder conhecer seus limites e sua capacidade. Paralelamente ela estará verificando o que pode e o que não pode.
Tarefas simples como guardar seus próprios sapatos, carregar sua própria mochila, transmitir um recado, vestir-se sozinho, quando inciadas em tenra idade colaboram na conquista da independência, tão necessária para a vida. Não se verá jovens responsáveis e colaboradores caso tenhamos transformados nossos filhos em verdadeiros “reizinhos” e “princesas”, que sempre tenham suas tarefas amenizadas ou realizadas por alguém que não eles próprios.
O mesmo acontece em relação aos valores pessoais e interpessoais. Aprender a discernir entre o certo e o errado, o bem e o mal é um excelente exercício. Ir sempre em defesa dos filhos, fazê-los perceberem que para seus pais eles “sempre têm razão”, mesmo que isso não seja real, deforma o caráter, impede a que a real autonomia chegue.
Autonomia só existe quando, além de saber desempenhar tarefas do dia-a-dia de maneira correta e responsável, souber conviver bem, ter desenvolvido o senso critico que favoreça ao desempenho adequado de seu papel social. Saber argumentar tranquilamente, respeitar opiniões divergentes da sua, apaziguar, cooperar.
Quanto mais cedo se estimula a autonomia (fazer por si mesmo), confiando na capacidade produtora da criança e do jovem, mais forte se torna o seu caráter, a sua autoestima. Surge, assim, o cidadão cósmico, porque sabe seu papel social e universal de colaborador ativo e ético, na sociedade.
Quando já estiver adolescente, incentive nas atividades de grupo, sociáveis, dê responsabilidades (mesmo que pareçam simples) e cobre a realização. Aprenda a escutar sem criticar, quanto mais o tempo passa e a criança cresce, novas dúvidas surgem e situações adversas acontecem e quando os pais conversam de forma saudável com seus filhos, é possível conhecer e aconselhar muito melhor. Muitas atitudes de repúdio, podem acabar cortando o vínculo entre pais e filhos, pois vão preferir se calar, do que comentar e ser repreendido ou punido.
É importante lembrar que educação se aprende em casa e as crianças são como grandes esponjas, absorvendo tudo de bom e ruim que lhe ensinam, por exemplo, se não quer seu filho falando palavrões, não fale próximo dele. As escolas são para ensinar conteúdo didático, educar é trabalho dos pais, então vamos trabalhar juntos para o melhor resultado possível.
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