Por isso, a composição do leite materno varia para se adaptar às necessidades do bebê:
Colostro - sai logo após o parto e é um fluído amarelado e espesso, rico em proteínas e com menor teor de lactose e gorduras que o leite maduro, tem cerca de 67 kcal para cada 100 ml e um volume de 2 a 20ml por mamada. Rico em vitaminas A e E, carotenóides e imunoglobulinas confere proteção contra vírus e bactérias para o bebê e permite que ele libre o mecônio, suas primeiras fezes. Possui ainda fator bífido, responsável pelo crescimento da microbita intestinal e pela presença de Lactobacillus bifidus;
Leite de transição - do 7º ao 21º dia, as proteínas e minerais reduzem e as gorduras e carboidratos aumentam;
Leite maduro - a partir do 21º dia, a composição do leite torna-se mais estável, contem, além das vitaminas A, D e B6, cálcio, ferro e zinco.
Além destas variações na composição, o leite materno também sofre modificações ao longo da mamada saindo primeiro um componente mais aguado para hidratação e no final mais espesso para alimentação.
Mães de recém nascidos pré termo (<37 sem) contém mais proteínas e lipídios e menos lactose, além de teores mais elevados de lactoferrina e IgA.
Em relação aos nutrientes do leite materno, as proteínas classificam-se em caseína e proteínas do soro, sintetizados pela glândula mamária e albumina, enzimas e hormônios provenientes do plasma. Não há evidências de que a composição corporal ou os hábitos alimentares maternos influenciem na concentração de proteínas do leite humano, mesmo em mulheres desnutridas.
A principal fonte de energia do leite materno são as gorduras, principalmente Triglicerídeos (98%). Nesse caso, o tipo de lipídeo consumido pela mãe e seu estoque de gordura corporal, influenciam diretamente a composição de ácidos graxos do leite materno, exceto a de colesterol.
O principal carboidrato é a lactose (aprox. 70g por litro). Ela é fundamental na absorção de minerais como cálcio e ferro e sua concentração parece não sofrer influência da dieta materna.
Composição nutricional do leite materno
Componentes | Quantidade em 100 ml de leite materno |
Energia | 6,7 calorias |
Proteínas | 1,17 g |
Gorduras | 4 g |
Carboidratos | 7,4 g |
Vitamina A | 48,5 mcg |
Vitamina D | 0,065 mcg |
Vitamina E | 0,49 mg |
Vitamina K | 0,25 mcg |
Vitamina B1 | 0,021 mg |
Vitamina B2 | 0,035 mg |
Vitamina B3 | 0,18 mg |
Vitamina B6 | 13 mcg |
Vitamina B12 | 0,042 mcg |
Ácido Fólico | 8,5 mcg |
Vitamina C | 5 mg |
Cálcio | 26,6 mg |
Fósforo | 12,4 mg |
Magnésio | 3,4 mg |
Ferro | 0,035 mg |
Selênio | 1,8 mcg |
Zinco | 0,25 mg |
Potássio | 52,5 mg |
O leite materno além de alimentar o bebê e ser rico em todos os nutrientes de que o bebê necessita para crescer forte e saudável, também tem células de defesa do organismo, chamadas de anticorpos, que passam da mãe para o bebê, o que aumenta as defesas do bebê evitando que fique doente facilmente.
Os minerais presentes no leite (Ca, Fe, Zn, Cu, etc) são altamente biodisponíves se comparados ao leite de vaca ou a fórmulas infantis. Sua concentração não é afetada pela alimentação da mãe. Já as vitaminas (A,D,E,K,C e complexo B) têm sua concentração influenciada diretamente pela dieta materna, daí a importância de uma alimentação variada e balanceada.
É importante ressaltar que o estômago de um recém-nascido é muito menor que de uma criança de um ano, um adolescente ou um adulto, por esse motivo ele precisa de pequenas doses de leite materno em curtos intervalos de tempo, conforme o tempo passa as mamadas começam a ser mais longas com intervalos um pouco maiores, pois o estômago torna-se maior e absorvendo maior quantidade de alimento e nutrientes. Quando a família causa um desmame precoce e introduz leite de vaca ou outros tipos de suplementos, geralmente coloca em mamadeiras, cada vez maiores, isso causa um aumento de peso rápido e uma alteração no metabolismo, ocasionando a maioria dos problemas de saúde desse recém-nascido, e 3 de cada 5 bebês obesos tornam-se crianças e adultos obesos.
Enfim, não há dúvidas de que o leite materno é o alimento ideal para o recém nascido, exclusivo até o 6º mês e complementado até 2 anos. Todo profissional de saúde têm por obrigação estimular a prática da amamentação para todas as mulheres e o nutricionista em especial, pois dentre as suas funções está a de fornecer informações adequadas sobre a forma correta de manter a saúde nos diferentes estágios da vida.
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