Infelizmente algumas doenças impedem a amamentação, tendo em vista que é transmitida pelo leite materno, saiba maiores detalhes sobre algumas doenças e situações abaixo:
HIV: Como o vírus pode ser passado no leite, as mães infectadas não devem amamentar. Elas podem, no entanto, alimentar seus bebês com leite humano pasteurizado, disponível em bancos de leite. O leite doado é obtido a partir de mães livres do HIV e de outras doenças infecciosas, em seguida, é processado e pasteurizado, passando por procedimentos padrões.
Hepatite B: Se a mãe está infectada com a hepatite B, o bebê também deve ser imunizado contra a doença o mais cedo possível. Vacinar a criança logo após o parto é altamente eficaz na prevenção. O vírus da hepatite B já foi detectado no leite humano, mas a amamentação não aumenta o risco de infecção do bebê. Não há necessidade de retardar o início da amamentação até que a criança seja imunizada contra a doença.
Hepatite C: A infecção materna com hepatite C também é compatível com a amamentação. A amamentação pode até mesmo ajudar a prevenir a propagação da hepatite C da mãe para o bebê, fornecendo anticorpos passados através do leite materno.
Tuberculose: Mães com tuberculose podem amamentar se estiverem tomando a medicação apropriada para tratar a doença. Se não tratada, não devem amamentar nem entrar em contato direto com seus filhos recém-nascidos até que comecem o tratamento medicamentoso adequado e que não estejam na fase infecciosa da doença. Na maioria dos casos, elas poderão amamentar de maneira segura duas semanas depois de iniciar o tratamento adequado e após a liberação do médico. Podem, também, começar a bombear seu leite logo após o parto para oferecê-lo ao bebê até que possam amamentar diretamente.
Câncer de mama: Se a mãe foi diagnosticada com câncer de mama no passado mas já foi tratada, ela pode amamentar o bebê, mesmo que tenha se submetido a radioterapia. É muito comum que essas mulheres considerem sua produção de leite pequena, no entanto, é recomendável discutir as opções de amamentação com o médico.
Próteses de silicone: No passado, havia muita preocupação sobre a segurança da amamentação após o implante mamário de próteses de silicone, mas não há nenhuma evidência científica de que os implantes possam prejudicar a amamentação. Na maioria dos casos, a cirurgia plástica para aumentar os seios não interfere significativamente na capacidade de amamentar, desde que os mamilos não tenham sido removidos e/ou que os ductos tenham sido cortados. O que pode ocorrer é que, em alguns casos de aumento de mamas, as mulheres podem apresentar tecido mamário subdesenvolvido, o que pode interferir na produção adequada de leite materno.
Redução de seios: Essa cirurgia apresenta mais chances de interferir na amamentação, especialmente se os bocais foram reposicionados, resultando no corte total dos canais de leite ou nervos. Mas há muitas mulheres que fizeram redução de mama e são capazes de amamentar. "Quanto mais tempo se passar após a cirurgia, mais probabilidades que o aleitamento materno, ou pelo menos a amamentação parcial, seja bem sucedido.
Doenças rotineiras: Mesmo as mães mais saudáveis, por vezes, ficam doentes. Se a mãe está temporariamente impedida pelo médico de amamentar por causa de uma doença grave ou enquanto estiver tomando certos medicamentos, ela deve manter sua produção de leite, retirando-o com uma bomba manual ou com uma bomba elétrica. Obviamente, este processo não se equipara à experiência da amamentação real, mas ainda assim é melhor que o bebê receba o leite de sua mãe do que leite doado por outrem ou fórmulas.
Citomegalia: O citomegalovírus (CMV) pode ser excretado de forma intermitente na saliva, urina, trato genital e leite humano por vários anos após a primoinfecção e na ocorrência de reativação de suas formas latentes. A infecção do lactente ou do feto pode ocorrer a partir de mães com infecções na forma primária ou na reativação e ocorre com mais frequência durante a passagem pelo canal do parto ou no período pós-natal. Porém, devido à passagem de anticorpos por via placentária, a doença não é comum em recém-nascidos. A contaminação precoce da criança amamentada, se ocorrer em período mais tardio da vida, o risco de doença sintomática é maior. Esses dados justificam a não contraindicação da amamentação.
É necessária uma atenção especial para prematuros, principalmente os de menor idade gestacional. A decisão de amamentar recém-nascido pré-termo, filho de mãe CMV-positiva, deve ser considerada em termos do risco da transmissão da doença versus os benefícios da amamentação. Os prematuros podem não ter anticorpos protetores e apresentar infecções sintomáticas. No entanto, o vírus pode ser inativado pela pasteurização do leite humano, e a carga viral, reduzida pelo congelamento a -20 ºC.
Varicela: Mãe que tenha apresentado varicela até cinco dias antes ou dois dias após o parto pode transmitir a doença à criança em sua forma grave, período com maior risco de viremia. Nesses casos, está indicado o isolamento da mãe na fase contagiante das lesões até a fase de crosta, além da administração, o mais precocemente possível, de imunoglobulina específica contra varicela (VZIG) na criança, na dose de 125 unidades IM ou imunoglobulina standard 2 ml em dose única IM, esta última de valor discutível. O recém-nascido deve ficar em observação até o 21º dia de vida. Também não se sabe se o vírus poderia ser encontrado no leite materno e se poderia infectar a criança. Assim, durante esse período, o leite materno pode ser ordenhado e oferecido ao recém-nascido.
Porém, se nesse período o bebê desenvolver a doença, deve-se iniciar o tratamento com aciclovir. No caso de recém-nascidos, a mãe pode amamentar a criança, tomando os cuidados especiais de lavagem das mãos, uso de máscara e oclusão de lesões.
Herpes Simplex – VHS: A excreção do vírus VHS por meio do LM pode ocorrer mesmo na ausência de lesões na pele, boca e genitais. O risco de transmissão pós-natal do VHS pelo LM é muito baixo, exceto se a mãe tiver lesões vesiculares na pele da mama, situação em que o aleitamento está contraindicado. Lesões ativas em outras regiões do corpo devem ser cobertas, a higiene das mãos deve ser rigorosa e o aleitamento materno mantido.
Rubéola: Tanto o vírus selvagem quanto o vírus vacinal podem ser excretados pelo LM, todavia a infecção do recém-nascido não costuma acarretar doenças sintomáticas. A infecção materna ou a vacinação não contraindicam o aleitamento natural.
Sarampo: Vírus transmitido por intermédio de secreções respiratórias poucos dias antes e durante o período da doença. O vírus do sarampo ainda não foi isolado no leite humano, mas, por outro lado, anticorpos específicos são encontrados no leite de mulheres imunizadas. Se confirmada a doença na nutriz, está indicado o uso de imunoglobulina no bebê e isolamento da mãe até 72 horas após o início do exantema. Entretanto, o leite materno ordenhado pode ser dado à criança, porque a IgA secretória começa a ser secretada com 48 horas do início do exantema da mãe.
Caxumba: Doença viral de transmissão por contato direto por meio de gotículas ou fômites de secreções respiratórias. A infecção é rara em crianças menores de um ano devido à transmissão passiva de anticorpos via placenta. Se a nutriz susceptível contrair a doença, a amamentação deverá continuar, porque a exposição já ocorreu sete dias antes do desenvolvimento da parotidite e a IgAs do leite humano podem ajudar a minimizar os sintomas da criança.
Caso a mãe não possa amamentar o bebê pode recorrer ao banco de leite materno, para alimentar o recém nascido da melhor maneira possível. Em cado de de dúvidas, consulte o médico.
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